COBERTURAS COM VIDRO


Para executar coberturas com vidro, sejam skylights tetos, marquises ou revestimentos, é fundamental observar alguns cuidados indispensáveis: segurança de pessoas e terceiros, esforços atuantes sobre os vidros, deformações, declividade do envidraçamento, proteção da superfície, procedimentos de aplicação, normas e responsabilidade técnica e detalhes construtivos. Destacam-se os seguintes pontos:
1. SEGURANÇA DAS PESSOAS QUE TRANSÍTAM SOB A COBERTURA.
As normas técnicas recomendam a utilização dos vidros da segurança, vidros laminados, vidros temperados laminados e vidros insulados. O vidro comum monolítico ou vidro somente temperado não é permitido.
2. ESFORCOS ATUANTES A SEREM CONSIDERADOS
Peso Próprio ao vidro 10 mm 25 Kgf/m²
Esforços durante a manutenção 25 Kgf/m²
Esforços devido à pressão dos ventos 50 Kgf/m² (*)
3. DEFORMAÇÕES DO VIDRO:
Deformação lateral - Linearmente, o vidro contrai-se ou se expande na proporção de 0,01 por metro e grau centigrado de variação da temperatura. O vidro nunca deve ficar gessado, mas ser fixado por materiais elásticos. O vidro deve flutuar.

Deformação vertical - O vidro apoiado nas bordas tende a formar bolsas. A água e outras impurezas estancam e comprometem o aspecto e a segurança. O vidro instalado no plano horizontal deforma como uma calota.
4. A DECLIVIDADE
É indispensável que os vidros aplicados no plano horizontal tenham declividade superior a 5%. A declividade deve permitir que a água das chuvas possa escoar sem estacionar sobre o vidro. A lâmina de água, com 10 cm, pesa 100 Kg por metro quadrado de cobertura. E um esforço suplementar que compromete o desempenho do envidraçamento.
5. PROTEÇÃO DA SUPERFÍCIE
A superfície do vidro tem alta resistência, mas pode ser danificada por materiais arenosos ou metálicos. Para aumentar a resistência, pode-se fazer a aplicação de polímeros que a tornam repelente a impurezas.
6. PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DO VIDRO
O vidro precisa movimentar-se livremente. Na cobertura, não deve haver saliências que impeçam a caída da água. O sistema de drenagem é fundamental podendo ser por gravidade ou por meio de calhas e coletores dimensionados corretamente. O vidro não deve ficar em contato com qualquer tipo de material rígido como perfis, parafusos, cimento, alvenaria e outros.
7. NORMAS TÉCNICAS ABNT PARA CONSULTA
NBR 11706 - Vidros na Construção Civil- Especificação.
NBR 7199 - Vidros na Const. Civil - Projeto, Execução e
Aplicação.
NBR 6123 - Força devido à ação dos ventos.
8. RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Todos os sistemas de envidraçamento, sejam em coberturas ou em estruturas similares, devem possuir sua respectiva A.R.T. (Anotação de Responsabilidade Técnica), instrumento que apresenta o objetivo de definir, para todos os efeitos legais, a autoria e os limites da responsabilidade técnica pela execução de obra perante o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (CREA).
O engenheiro Nelson Firmino é especializado em projeto de caixilhos, coberturas e fachadas com vidro e alumínio. É diretor da Aluparts Engenharia e Consultoria.
“Para executar coberturas com vidro, sejam skylights, tetos, marquises ou revestimentos, é fundamental observar alguns cuidados indispensáveis”.

Entrevista fornecida pelo Consultor Nelson Firmino para revista Vidro Impresso.

Quanto à mobilidade:
Coberturas fixas - São fachadas que não apresentam nenhuma mobilidade ou nenhuma possibilidade de abertura do vão livre fechado
Coberturas móveis - São fachadas que apresentam mobilidade quanto à abertura ou movimentação.
Quanto ao material constituinte da estrutura:
Coberturas de aço - São coberturas que utilizam como principal elemento constituinte o aço, que pode ser desde ligas simples até aços sofisticados ou mesmo aços inoxidáveis. As fachadas de aço são mais antigas e mais baratas que as fachadas de alumínio, no entanto tem necessidade de manutenção mais frequente.

Coberturas de alumínio - São coberturas que utilizam como principal elemento constituinte o alumínio, podendo ser esse de vários tipos desde ligas simples até combinações sofisticadas.

Quanto aos sistemas mais comuns no Brasil:
° Pele de Vidro
° StructuralGlazing
° Estruturais em Vidro
Segundo a norma da ABNT 7199 "Projeto, Execução eAplicação de Vidros na Construção Civil", para coberturas e marquises é obrigatório o uso de vidros laminadosou aramados, pois em caso de quebra, os cacos ficampresos no PVB ou na tela de arame, reduzindo o riscode ferimentos às pessoas e também o atravessamento de objetos.
ASPECTOS
Um vidro aplicado em uma fachada ou uma coberturapode atender a inúmeras necessidades de um projeto, tratamos de cada uma separadamente:
Segurança:
Autilização de vidros em coberturas, no que tange á segurança, é regulamentada pela ABNT NBR 7199 cujo título é Projeto, Execução e Aplicações de vidros na Construção Civil.
RECOMENDAÇÕES PARA VIDROS APLICADAS EM COBERTURA:
"O envidraçamento de balaustradas, parapeitos, sacadase vidraças não verticais sobre passagem deve ser executado com vidros de segurança laminados ou aramados, salvo se for prevista proteção adequada" (Fonte ABNT NBR7199).

"No caso de utilização em claraboias ou telhados, parailuminação de passagem ou locais de trabalho, a vidraçadeve ser adequadamente protegida com telas metálicasou outros dispositivos e, quando não o lar, o vidro deve serde segurança aramado ou laminado." (Fonte NBR 7199).

Osvidros mais comuns para cobertura são o vidro lamina do ou o vidro aramado - existe ainda a utilização de vidroslaminados associados a vidro duplos.
Conforto térmico:
Para a utilização de vidros em coberturas, no que tange ao conforto térmico, devem ser considerados principalmente dois parâmetros que medem a quantidadee a energia solares transferidas através do vidro parao ambiente interno da obra. São eles o coeficiente desombreamento (CS) e heatgain (RHG): quanto menoresestes valores, menor será a transmissão de energia que irá aquecer o ambiente interno da obra.
Os vidros mais comuns para coberturas para atender a necessidade de conforto térmico são os vidros refletivos ou metalizados que, por sua vez, devem ser aplicados laminados ou aramados atendendo os critérios normativos de segurança descritos anteriormente. Para uma excepcional performance, é possível associar vidros refletivos a vidros duplos (insulados) solução muito utilizada em coberturas em regiões que sofrem incidência solar direta por um longo período do dia, diferentemente do que acontece com vidros em aplicados em fachadas, que ficam expostos aos raios solares por um período mais curto.
Conforto acústico:

Para a utilização de vidros em cobertura no que tange ao conforto acústico devem ser considerados principalmente os parâmetros de redução média acústica da composição (medida em decibel).

O vidro possibilita acústica, mas, entre os inúmeros tipos de vidro, dois merecem destaque: o vidro laminado e o vidro duplo.

O PVB é um material plástico que, quando colocado entre os vidros oferece maior absorção da onda sonora que é uma onda mecânica. Existem também PVBs destinados para esse fim que são comumente chamados no mercado vidreiro de PVBs acústicos, que oferecem melhor performance acústica se comparados aos tradicionais.

A assimetria de espessura das chapas de vidro que compõe um vidro laminado é outro fator que colabora com a redução acústica, porque cada espessura de vidro possui uma curva de redução acústica específica. Exemplo: a atenuação sonora individual de dois vidros de 5 mm de espessura que compõem um vidro laminado de 10 mm de espessura será idêntica. No entanto, se esse laminado de 10 mm for constituído por um vidro de 6 mm e outro de 4 mm, os dois vidros se comportam de forma diferente, pois cada qual possui uma forma específica de redução acústica. Muitas vezes, estas curvas se complementam, tornando a composição assimétrica mais eficiente acusticamente se comparada a composição simétrica.

Já no vidro duplo existe, além das massas de vidro que naturalmente oferecem redução acústica, um espaço entre esses dois vidros, que é normalmente preenchido por ar atmosférico. Este “sanduiche” de vidro mais ar reduz a transmissão sonora, devido principalmente a sua maior espessura que os vidros tradicionais e os diferentes meios presentes nesta composição (vidro + gás + vidro).

As melhores performances acústicas são obtidas com a combinação dessas duas soluções: vidros duplos compostos a vidros laminados assimétricos.

ESTÉTICA:
Quanto ás necessidades estéticas, o vidro possui uma variedade de soluções que vão desde cores específicas a formatos e texturas.

As cores de um vidro podem ser obtidas através da coloração de sua massa no processo de fabricação. No momento em que se transforma a areia que é um material vitrificante em vidro, são adicionados vários elementos químicos que possibilitam, ao final do processo, obter vidros coloridos.

Outras formas de obtenção de cores em vidros podem ser a serigrafia ou mesmo a laminação. No caso da serigrafia, é aplicado sobre o vidro um esmalte cerâmico colorido.
O esmalte é aplicado a quente e possui grande resistência a abrasão.

No caso da laminação, é possível combinarvidros com características diferentes em uma única composição, como um vidro bronze com um vidro refletivo prata que resulta numa nova cor.

Quanto a formatos e texturas, a utilização de vidros impressos é uma excelente opção. São vidros que sofrem gravação mecânica no seu processo de fabricação, quando ainda se encontram em um estado plástico e logo depois, são resfriados e ficam assim conformados.

Essa conformação gera modelos diferenciados e de grande beleza. Em resumo, o vidro oferece inúmeras soluções estéticas em cor e formas, que podem ser obtidas por inúmeros processos diferentes.

Texto da Boxglass vidros e esquadrias de alumínio.






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